segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Chuva

Dizem que "LAR" é onde o esta o nosso coração...
Me pergunto o motivo pelo qual não sinto esse lar como meu meu refugio...Onde estará meu coração se não aqui?

Tenho as noites mais divertidas do mundo...tenho os amigos mais loucos e verdadeiros...
tenho risadas...tenho esperança...sonhos...anseios...desejos...paixões
Mas, aqui....eu não tenho nada!

Nesse "LAR" em bolha de vidro
Eu apenas queria poder sorrir...
Apenas queria, a mim mesmo, sentir...
Queria não sentir esse vazio...
Esse buraco no peito tão frio...

E todas aquelas lágrimas reprimidas
desabaram como chuva em tempestade, famintas...
Essa noite...chove a chuva em mim
e ela não para...

PLATÔNICO


NA CHUVA QUE DESCE DESSE CÉU EM VERMELHO
FIXO MEU OLHAR EM DESEJO
NOS TEUS EM LATEJO
QUERO-TE EM MIM EM DESPEJO
O TEU CORPO A QUEIMAR MINHA PELE
QUE SE DES-PE-DA-ÇA
EM LENÇÓIS DE PECADO
NOS DEDOS QUE INFLAMAM O ANSEIO
QUERO-TE EM MIM EM ARDOR
SEM FIM PELO BEIJO QUE QUEIMA ESSE AMOR
TÃO PLATÔNICO COMO A TRISTEZA QUE ME ABATE EM DOR

sábado, 13 de novembro de 2010

"J amais diga Jamais

quero-te perdido nos meus lábios
inerte em meus afagos
quero-te em mãos violentas que abusam o corpo
no escondido desejo que mantenho ao acaso

precisamos terminar o que começamos

quarta-feira, 10 de novembro de 2010


"Ser capitã desse mundo
Poder rodar sem fronteiras
Viver um ano em segundos
Não achar sonhos besteira
Me encantar com um livro, que fale sobre vaidade
Quando mentir for preciso, poder falar a verdade"
(Maria Gadú)

Meu coração é um deserto
Onde caminho em vasta praia a passos incertos
Embriagado da emoção que exalo
Nos cachos que de minha cabeça caem...bagunçados
A poesia flui ao acaso do mundo
Onde eu caminho em areia de imensidão
Nesse deserto do meu coração 

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Silêncio de sonho


Chovi o pensamento em ressaca no travesseiro que me acolheu em suave abraço de seda.

E pensei em você, no desejo platônico que sustenta meu olhar infame a ti. Deitas-te ao meu lado em brasa de pecado no sonho que fantasio sem verbo em recado. No abuso de nós, em mãos que evolviam tal razão, desatei os nós dos poros que gritavam em arrepios de emoção.

Quero-te pela madrugada que amanhece suave sobre nossos corpos aqui asilados em ninho de tamanha perdição. E no contido grito que morreu na garganta e passei aos teus lábios que tu me deste, visualizo a platônica paixão por ti que me entorpece.

Eu sou aquele que sonha e deixa a palavra que derrama molhar os olhos no pranto que nunca afronta...

Volto enfim a realidade maldita onde sou escrita.
Sou a palavra que nunca será dita.

domingo, 31 de outubro de 2010


Eu sou a escrita

Esse rio de sangue vermelho que corre de minha veias e tinge o papel

Eu sou minha escrita

Sou a palavra que nunca foi dita

CIRCO DE MIM


Vesti-me de alegria

Levantei a sola dos sapatos de fogo e dancei varanda a fora na noite que prometia.

E como um palhaço eu ri de mim mesmo... Mas ri de tristeza, num rasgo

Palhaço pela noite tu me fizeste amor macabro

Sem dó do coração que era à beira de te entregar

Fizeste de mim brinquedo prestes a quebrar

Perdi meus sapatos em algum canto da vastidão de areia.

Enquanto você se drogava eu virava sereia

E mergulhei no mar de imensidão

Que de mim, palhaço, não passava da imaginação

Refugio.

Recolhi os cacos do coração que foram caindo

E o palhaço triste permaneceu sorrindo.

Mas teu egoísmo foi cruel

Eu tentei.

Pelo menos tentei ser a pessoa certa para você.

E eu, palhaço do amor...vou andando, tenho um mundo infinito para consertar

Mundo meu onde você, egoísta, não esta mais convidado a entrar.


terça-feira, 19 de outubro de 2010

FIQUE


Não me importa
Você não precisa ir-se embora
Partir ao amanhecer acesso a fora
Se abrevie aqui comigo
em aconchego a mim em meu ninho
O mundo é sereno essa manha, pode esperar
Eu, em seus braços, terminar de me des-pe-da-çar.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Alternate ending


Confesso nesse verso meio triste
Que essa saudade ainda existe

domingo, 17 de outubro de 2010

SANGUE E FOGO




O conto de fadas chegou ao fim no altivo felizes para sempre. E o que sobreveio depois disso?

Pois eu te pronuncio que aquele príncipe, que floresceu do beijo eterno de amor verdadeiro e salvou-me da solidão etérea enfrentando as chamas do dragão que conservava minha morada, perdeu o cavalo branco em alguma esquina imêmore pela falta de razão e voltou a ser sapo.


O príncipe alvo engordou, perdeu os cabelos e ficou demasiado cansado pelo trabalho em excesso. O interesse dele se desmanchou em milhões de pedacinhos que tentei reconstruiu em mural na parede em frente à cama num ensaio falho e irracional de lembrar-te. Não percebi, porém, que havia sido eu quem esquecia em silencio de voto, tão sereno e frio como o ar que depositava nos beijos que devotava a ti sem trovão de desejo.

E o amor?

Descobri que aquele dragão era eu e não me vali em cuspir-te meu fogo. Peguei a chave em pingente que carrego e abri meu coração que tranquei em paixão de desejo por tuas coxas enroladas às minhas.  Destranquei meu peito e ofertei a chave aos mares intensos que lambiam meus pés em retribuição.

E eu, dragão, me estendi como homem novamente em encanto de petulância.

E o amor?

O amor eu guardei, adjacente a tudo que era você, como feitiço em caixa  adormecida na torre protegida por mim, dragão. Cortei a trança de conto de fadas para que não ascendas mais à sacada do desejo que se desmanchava em sentimento, apaguei as luzes e tranquei a porta.
Não me permiti falecer.

Sou destrutivo sim, sei. Mas a bomba que explodiu foi em tua face e era a minha mão. Quem a plantou em terrorismo de ciúme foi tu, culpado.

Agora espero a trança que ira crescer novamente em fascínio de sonho. Pois o conto de fadas é meu, eu o escrevo.

O felizes para sempre me aguarda em algum nascer do sol bem vermelho como meu sangrar em fogo.

sábado, 25 de setembro de 2010

Loucura



Grande mundo tão pequeno
Quero tanto quanto o nada
O doce amargo do veneno
Da lembrança da amada

 
Nas alturas da madrugada
Eis-me em desassossego
Pêndulo a fora da sacada
Em caça de uma musa, um chamego


O mundo é pouco
Desleal como o fogo que me invade
Apeteço a liberdade do ser louco
E esquecer a razão por pura maldade

 
Voando na leve imaginação
Quero você longe e perto
Vizinho no amor e sossego da contentação
Longe para escarnecer solto no mundo sem respeito

 
Mas no fim eu te abrevio aqui comigo
Como vício desmaculado em desalinho
Dependência contra uma solidão sem sentido
Amo-te por não querer ficar sozinho?

domingo, 22 de agosto de 2010

Amiga Brisa



Menina moça dos cabelos em desalinho
Ruge o silêncio de tua incontida beleza
Mágica visão que a alma anseia
Povoa o sonho dos amantes
Com teu imenso fascínio, lábaro cintilante
E a areia que beijo a teus pés
Acariciam as ondas negras de seu cabelo de princesa.
Deixe o vento que sopra levar a razão do querer
Brisa amiga, amiga Brisa
Vamos juntos ver o dia amanhecer.

Embevecido na tua pele de imenso manto
Faz-se o sol em aconchego
E eu... castos versos de chamego
Sob ventos vários, sibilantes no encanto
Me desfaço beijando as areias de teus cantos.

Deixe o vento que sopra levar as razões do querer
Brisa amiga, amiga Brisa
Vamos juntos ver o dia amanhecer.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Dedos molhados de sonhar

Debrucei na varanda a música quieta que chuviscava por meus dedos magros

Eis que, do pôr-do-sol, surge tu, como poesia que baila ao vento. E do sorriso que se existia nos teus olhos veio o voto vermelho do sangue que fervia em anseio.

Enrolei as idéias, que quase se desmanchavam em maré de mistério e fiz uma trança dourada de contos de fadas para te permitir invadir-me a sacada secreta, gritando em bruxaria-já quase adormecida.

Inventei de meus lençóis um abrigo, onde pudesse trancar teu cheiro em tesouro proibido. Algemei teus tempos para assim, enfim, roubar-te o romance e o sentir.

Eternizei teus lábios nos meus famintos, que febris de ambição devoram cada palavra que me cantas em ardor de paixão.

E assim, em música, suor e sonho, leva-me daqui para todo o sempre ao céu sem limite de fim.

Pelas asas de arcanjo, onde a poesia se faz em mágico encanto e o nascer do sol mera ludicidade de onde não se faz mais pranto.

Que dos felizes então para sempre se faça o sonho.