segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Silêncio de sonho


Chovi o pensamento em ressaca no travesseiro que me acolheu em suave abraço de seda.

E pensei em você, no desejo platônico que sustenta meu olhar infame a ti. Deitas-te ao meu lado em brasa de pecado no sonho que fantasio sem verbo em recado. No abuso de nós, em mãos que evolviam tal razão, desatei os nós dos poros que gritavam em arrepios de emoção.

Quero-te pela madrugada que amanhece suave sobre nossos corpos aqui asilados em ninho de tamanha perdição. E no contido grito que morreu na garganta e passei aos teus lábios que tu me deste, visualizo a platônica paixão por ti que me entorpece.

Eu sou aquele que sonha e deixa a palavra que derrama molhar os olhos no pranto que nunca afronta...

Volto enfim a realidade maldita onde sou escrita.
Sou a palavra que nunca será dita.

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