domingo, 17 de outubro de 2010

SANGUE E FOGO




O conto de fadas chegou ao fim no altivo felizes para sempre. E o que sobreveio depois disso?

Pois eu te pronuncio que aquele príncipe, que floresceu do beijo eterno de amor verdadeiro e salvou-me da solidão etérea enfrentando as chamas do dragão que conservava minha morada, perdeu o cavalo branco em alguma esquina imêmore pela falta de razão e voltou a ser sapo.


O príncipe alvo engordou, perdeu os cabelos e ficou demasiado cansado pelo trabalho em excesso. O interesse dele se desmanchou em milhões de pedacinhos que tentei reconstruiu em mural na parede em frente à cama num ensaio falho e irracional de lembrar-te. Não percebi, porém, que havia sido eu quem esquecia em silencio de voto, tão sereno e frio como o ar que depositava nos beijos que devotava a ti sem trovão de desejo.

E o amor?

Descobri que aquele dragão era eu e não me vali em cuspir-te meu fogo. Peguei a chave em pingente que carrego e abri meu coração que tranquei em paixão de desejo por tuas coxas enroladas às minhas.  Destranquei meu peito e ofertei a chave aos mares intensos que lambiam meus pés em retribuição.

E eu, dragão, me estendi como homem novamente em encanto de petulância.

E o amor?

O amor eu guardei, adjacente a tudo que era você, como feitiço em caixa  adormecida na torre protegida por mim, dragão. Cortei a trança de conto de fadas para que não ascendas mais à sacada do desejo que se desmanchava em sentimento, apaguei as luzes e tranquei a porta.
Não me permiti falecer.

Sou destrutivo sim, sei. Mas a bomba que explodiu foi em tua face e era a minha mão. Quem a plantou em terrorismo de ciúme foi tu, culpado.

Agora espero a trança que ira crescer novamente em fascínio de sonho. Pois o conto de fadas é meu, eu o escrevo.

O felizes para sempre me aguarda em algum nascer do sol bem vermelho como meu sangrar em fogo.

Um comentário:

Wagner Norbeck disse...

Bellíiiiiiissimo ... *-* .. BY: Wagnner .°