sábado, 30 de julho de 2011



Derramo meus tormentos em uma dose com muito gelo e a engulo de vez, como whisky, em abuso contra mim, as chamas de duas velas apenas a bailar em minha frente como cortesãs sedentas a esquentar as pontas de meus dedos dormentes que afligem a carne embaixo de meus olhos, nascentes onde a tristeza não para por não caber, ela flui como mar em ressaca, como chuva a destruir as emoções, as ruas em mim.
Singelos sentimentos que são estilhaços, espelho quebrado, mordem a carne dos joelhos com os dentes sangrentos de mastigar os cacos que restaram.
E a chave que trancava a janela que agora quero abrir? Onde eu a perdi?
Aquele menino que segurava a mão do amor? Em que esquina o esqueci?
A casa escura o engoliu.
Pausa para um gole, seco.
Seco eu, que em frio de tudo e do resto, não sinto, não paro, não aguento e agora o peso de sentir de mais sufoca os ouvidos com um grito mudo da alma que deseja pelos seus olhos.
E o medo de amar, de onde surgiu?

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O QUE BASTA


Bebo teu corpo como oferenda de comunhão, pela simples petulância que me cabe. Profanação que acolho em minha mão.
Tu, que sem pudor acumulado, navega pelos cantos de meu corpo, febre que é. Teus beijos, veneno, carregam os demônios que tu me deixa em morada.
Pobre de ti, príncipe, que caiu em minha forca que amaldiçoei para prender o desejo que não é mais teu. Ou não seria mais meu
O feitiço refletiu nos teus sorrisos espelhados e se alojou e vive atrás de minha orelha, me latindo em enxaqueca.
Basta teu sorriso perverso e te obedeço no jogo que aflige as dores no corpo que  transpira, mares de desejo por ti, e baila os cânticos das sereias só por apetecer te saciar a língua, que é minha, e basta.

domingo, 8 de maio de 2011

Em teu peito.


Vou me pendurar no teu pescoço, garoto. Roubar-te a saliva que por aposta é minha, vou ligar a música e apagar as luzes do mundo particular do quarto que nos abriga... Uma chama de uma vela em pecado pode nos iluminar quando a noite for alta.
Vou me pendurar no teu pescoço, garoto. Roubar-te os pensamentos bons para não sair voando janela a fora para o nunca, amém. Fadas não serão bem vindas ao ninho de perdição que enfeiticei em bruta bruxaria para enfeitiçar você.
Vou me pendurar no teu pescoço, garoto. Me perder ao roubar na aposta que armei para você perder, tolo menino do sorriso rasgado em tentação. O prêmio será meu. Vou te roubar as roupas bonitas, as jogar fora em desperdício e trancar-te nos meus cobertores que, insanos pelo teu cheiro, morderão sua pele de juventude.
Vou me debruçar no teu peito, garoto. E mostrar-te que pelos teus doces olhos eu vejo as flores, que a tanto espero, desabrocharem.
Quem deixou você olhar para mim assim?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sereia Amiga



Amistosa sereia,

Eu aqui a lagrimar teu amor bem na beira

Declamo aos mares minhas palavras aqui da areia

A ti princesa do mar que meu abraço anseia

Vem e me naufraga nessa tua imensidão, me alforrie de tal cadeia.



De ti, pequena,

Quero a carícia do sorriso que te rasga assim, serena.

Quero o veludo dos cabelos que voam em maresia

Nessa minha tórrida e impraticável fantasia...



De ti amiga...

Apenas a alegria pura do ser magia

Jogo meus feitiços às suas bênçãos de sereia em mares de agonia

Sou homem que te ama em pura utopia

E tu sereia da pele em chamas que livre nos mares, dança e rodopia.



E todo esse amor que tenho aos tantos

Guardei pra ti em melodia de canto.





sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

COBIÇA


E lá estávamos nós, juntos com todos os outros em meio a todos os sorrisos rasgados de alegria que não se reprimia. A única coisa realmente reprimida no meu âmago era por fato o desejo de ti.

Minha mente viajava, meus olhos fixos em você, as pétalas chovendo sobre mim e tu no teto em meio a elas com a pele morena em contraste com o vermelho das pétalas que se incendiavam ao tocar esse seu corpo febril de pecado e caiam em cinzas sobre mim, morto na alucinação pelo desejo de ti.

Regressei como susto da alucinação e saqueei um lugar ao redor do seu para me entorpecer  com teu cheiro de culpa que me leva em efeito de droga ao universo da pele que toca a pele, das unhas que dilaceram as costas em amor brutal na alucinação que é só minha e minha sendo transborda pelos poros por não caber dentro de mim desejo tão candente.

Em meus braços te embalo em doce sussurro de perdição que minhas mãos tatuariam em seu corpo. Ah! Se tu caísse desse teto em minhas letras e queimasse meu corpo frio que chora a ausência do teu em feitiçaria.

Desvio o olhar para voltar mais uma vez a realidade que me pertence...apetece-me abandoná-la, pintar os cabelos e marcar a pele em tatuagem para fugir da figura que sou e dessa história minha que derramo em letras noturnas.

Transformo-me em quem você quiser, apenas pela cobiça de ferrar-te os lábios fartos e ter-te em cama de pétalas tão rubras como o sangue que em bicas correrá do encontro em fantasia de minha pele com a tua quente em pecado.

Onde encontro a resposta para ser quem tu procuras?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

MAR DE FOGO DE PAIXÃO

Eis que essa vida, em seu eterno girar no relógio do tempo que perdura em manto de magia, traz a esperança de sonhos em céu para a vida do tal solitário poeta.


O embalo das badaladas marcaram como musica em alegria e trouxeram você, um passo incerto na cegueira da vida.


Fechei os olhos para permitir o sol dos teus lábios a beijar o mar faminto dos meus, num por-do-sol em cartão postal.


E me perdi sem mistério no mistério do olho no olho a se espelhar sem pudor, no enrolar dos corpos que nús, na imensidão do universo do pequeno quarto, desistiram de tentar a se convencer de não querer. 


Bom senso abandonou as mãos e beijos que entorpecidos em desejo pelas trilhas a caminhar pelo corpo do outro em pura aventura de perdição.


Pois tu, presente de ano novo, foi a incerteza mais certa de loucura racional que veio e não deixou arrependimento. No entusiasmo do fôlego que ardia nos pulmões nos perdemos juntos em trégua, na paixão de mar em fogo onde mergulho e me afogo em pura paixão.


Foi empate.