domingo, 8 de maio de 2011

Em teu peito.


Vou me pendurar no teu pescoço, garoto. Roubar-te a saliva que por aposta é minha, vou ligar a música e apagar as luzes do mundo particular do quarto que nos abriga... Uma chama de uma vela em pecado pode nos iluminar quando a noite for alta.
Vou me pendurar no teu pescoço, garoto. Roubar-te os pensamentos bons para não sair voando janela a fora para o nunca, amém. Fadas não serão bem vindas ao ninho de perdição que enfeiticei em bruta bruxaria para enfeitiçar você.
Vou me pendurar no teu pescoço, garoto. Me perder ao roubar na aposta que armei para você perder, tolo menino do sorriso rasgado em tentação. O prêmio será meu. Vou te roubar as roupas bonitas, as jogar fora em desperdício e trancar-te nos meus cobertores que, insanos pelo teu cheiro, morderão sua pele de juventude.
Vou me debruçar no teu peito, garoto. E mostrar-te que pelos teus doces olhos eu vejo as flores, que a tanto espero, desabrocharem.
Quem deixou você olhar para mim assim?

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