sábado, 30 de julho de 2011



Derramo meus tormentos em uma dose com muito gelo e a engulo de vez, como whisky, em abuso contra mim, as chamas de duas velas apenas a bailar em minha frente como cortesãs sedentas a esquentar as pontas de meus dedos dormentes que afligem a carne embaixo de meus olhos, nascentes onde a tristeza não para por não caber, ela flui como mar em ressaca, como chuva a destruir as emoções, as ruas em mim.
Singelos sentimentos que são estilhaços, espelho quebrado, mordem a carne dos joelhos com os dentes sangrentos de mastigar os cacos que restaram.
E a chave que trancava a janela que agora quero abrir? Onde eu a perdi?
Aquele menino que segurava a mão do amor? Em que esquina o esqueci?
A casa escura o engoliu.
Pausa para um gole, seco.
Seco eu, que em frio de tudo e do resto, não sinto, não paro, não aguento e agora o peso de sentir de mais sufoca os ouvidos com um grito mudo da alma que deseja pelos seus olhos.
E o medo de amar, de onde surgiu?

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