domingo, 31 de outubro de 2010


Eu sou a escrita

Esse rio de sangue vermelho que corre de minha veias e tinge o papel

Eu sou minha escrita

Sou a palavra que nunca foi dita

CIRCO DE MIM


Vesti-me de alegria

Levantei a sola dos sapatos de fogo e dancei varanda a fora na noite que prometia.

E como um palhaço eu ri de mim mesmo... Mas ri de tristeza, num rasgo

Palhaço pela noite tu me fizeste amor macabro

Sem dó do coração que era à beira de te entregar

Fizeste de mim brinquedo prestes a quebrar

Perdi meus sapatos em algum canto da vastidão de areia.

Enquanto você se drogava eu virava sereia

E mergulhei no mar de imensidão

Que de mim, palhaço, não passava da imaginação

Refugio.

Recolhi os cacos do coração que foram caindo

E o palhaço triste permaneceu sorrindo.

Mas teu egoísmo foi cruel

Eu tentei.

Pelo menos tentei ser a pessoa certa para você.

E eu, palhaço do amor...vou andando, tenho um mundo infinito para consertar

Mundo meu onde você, egoísta, não esta mais convidado a entrar.


terça-feira, 19 de outubro de 2010

FIQUE


Não me importa
Você não precisa ir-se embora
Partir ao amanhecer acesso a fora
Se abrevie aqui comigo
em aconchego a mim em meu ninho
O mundo é sereno essa manha, pode esperar
Eu, em seus braços, terminar de me des-pe-da-çar.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Alternate ending


Confesso nesse verso meio triste
Que essa saudade ainda existe

domingo, 17 de outubro de 2010

SANGUE E FOGO




O conto de fadas chegou ao fim no altivo felizes para sempre. E o que sobreveio depois disso?

Pois eu te pronuncio que aquele príncipe, que floresceu do beijo eterno de amor verdadeiro e salvou-me da solidão etérea enfrentando as chamas do dragão que conservava minha morada, perdeu o cavalo branco em alguma esquina imêmore pela falta de razão e voltou a ser sapo.


O príncipe alvo engordou, perdeu os cabelos e ficou demasiado cansado pelo trabalho em excesso. O interesse dele se desmanchou em milhões de pedacinhos que tentei reconstruiu em mural na parede em frente à cama num ensaio falho e irracional de lembrar-te. Não percebi, porém, que havia sido eu quem esquecia em silencio de voto, tão sereno e frio como o ar que depositava nos beijos que devotava a ti sem trovão de desejo.

E o amor?

Descobri que aquele dragão era eu e não me vali em cuspir-te meu fogo. Peguei a chave em pingente que carrego e abri meu coração que tranquei em paixão de desejo por tuas coxas enroladas às minhas.  Destranquei meu peito e ofertei a chave aos mares intensos que lambiam meus pés em retribuição.

E eu, dragão, me estendi como homem novamente em encanto de petulância.

E o amor?

O amor eu guardei, adjacente a tudo que era você, como feitiço em caixa  adormecida na torre protegida por mim, dragão. Cortei a trança de conto de fadas para que não ascendas mais à sacada do desejo que se desmanchava em sentimento, apaguei as luzes e tranquei a porta.
Não me permiti falecer.

Sou destrutivo sim, sei. Mas a bomba que explodiu foi em tua face e era a minha mão. Quem a plantou em terrorismo de ciúme foi tu, culpado.

Agora espero a trança que ira crescer novamente em fascínio de sonho. Pois o conto de fadas é meu, eu o escrevo.

O felizes para sempre me aguarda em algum nascer do sol bem vermelho como meu sangrar em fogo.